O mês de maio foi marcado por intensas chuvas, enchentes e inundações que afetaram o funcionamento, a infraestrutura e a mobilidade de veículos e pessoas em diversas cidades do Rio Grande do Sul. No entanto, a interrupção das chuvas e a consequente redução do volume de água nos rios e lagos contribuíram para a reabertura das rodovias em junho, possibilitando uma rápida retomada da mobilidade no estado. Esses dados são apontados em edição especial do Monitor de Tráfego nas Rodovias, levantamento realizado pela Veloe em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que analisou os índices de tráfego disponíveis para essa região desde janeiro de 2021.
De acordo com os resultados da apuração, o fluxo agregado de veículos nas rodovias gaúchas apresentou uma queda expressiva de 64,6% em maio, em comparação com o mesmo período de 2023. Impulsionado pelas consequências dos desastres climáticos no estado, o resultado negativo abrangeu tanto veículos leves (-65,8%) quanto pesados (-60,6%). Esse comportamento é típico em grandes tragédias, influenciando não apenas a mobilidade, mas também a atividade econômica em geral.
A trégua nas chuvas e a redução no nível de rios e lagos permitiram uma recuperação dos movimentos de veículos nas estradas do Rio Grande do Sul. De acordo com o levantamento, o mês de junho registrou um volume agregado de tráfego 1,5% superior ao observado no mesmo período de 2023. Esse resultado positivo foi influenciado especialmente por veículos pesados, cujo movimento superou em 11,7% o do mesmo período do ano passado. É possível que os esforços de reconstrução e ajuda humanitária, junto com o transporte de cargas represadas durante maio, tenham contribuído para esse crescimento. A retomada também abrangeu veículos leves, embora para um patamar ligeiramente abaixo daquele observado há um ano (-1,4%).
Comportamento do tráfego no primeiro semestre e nos últimos 12 meses
Os impactos afetaram também as variações em horizontes mais longos. Ao comparar o primeiro semestre de 2024 com o de 2023, por exemplo, o tráfego agregado nas rodovias do Rio Grande do Sul passou a exibir uma queda de 6,7%, influenciada pelo comportamento de veículos leves (-7,9%) e, em menor grau, de veículos pesados (-2,3%).
Em relação ao acumulado dos últimos 12 meses, as taxas de crescimento que vinham sendo registradas no estado foram revertidas para o campo negativo a partir de maio. De acordo com os dados apresentados, o tráfego agregado apresentava um crescimento de 5,3% nos 12 meses encerrados em abril. Ao final de junho, todavia, apura-se uma queda de -1,8%.
Para mais detalhes sobre os resultados, acesse o informe do Rio Grande do Sul do Monitor de Tráfego nas Rodovias do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade.
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RENAN VINÍCIUS SPROVIERI
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