Enquanto a COP28, realizada em Dubai, encerrou suas deliberações, as discussões e compromissos assumidos pelos representantes de várias nações ecoam como um chamado urgente à ação coletiva diante das mudanças climáticas. Entre os principais temas que repercutiram nos corredores do evento, destacaram-se questões cruciais como a redução das emissões de gases de efeito estufa, o financiamento climático, adaptação às mudanças climáticas, transição energética e o combate ao desmatamento.
Neste contexto, o LIRA – Legado Integrado da Região Amazônica, do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, desponta como uma peça-chave na busca por soluções concretas que permeiam as pautas discutidas na COP28. “O LIRA é um convite à mudança de paradigma, em que conservação e prosperidade não são opostas, mas complementares na construção de um legado duradouro para as gerações futuras”, diz Fabiana Prado, gerente do projeto.
O financiamento climático, tão crucial para países em desenvolvimento lidarem com os impactos das mudanças climáticas, encontra no modelo do LIRA um exemplo tangível de como investimentos responsáveis podem impulsionar a sustentabilidade ambiental e a inclusão social. A abordagem integrada do LIRA, que envolve comunidades locais, demonstra como esses investimentos podem gerar retornos significativos em termos de resiliência e conservação.
O LIRA é o maior projeto civil em execução pelo Fundo Amazônia e figura como o segundo maior programa de conservação do Brasil, abrangendo aproximadamente 30% das áreas protegidas da Amazônia. O projeto opera por meio da conexão de uma rede de parceiros distribuídos em 55 áreas protegidas na região amazônica. “Graças ao LIRA, mais de cem organizações receberam recursos nos últimos três anos para a proteção desses territórios. Isso contribuiu para que 50 mil beneficiários dos projetos se unissem como força de resistência e conservação”, afirma Fabiana.
Os recursos provenientes do Fundo Amazônia não são de fácil gestão. “Por isso, são canalizados pelo LIRA para incentivar arranjos colaborativos que amplifiquem as vozes das organizações de base local. Esse enfoque permite que tais entidades assumam o controle da gestão administrativa-financeira dos recursos, além de promover a articulação dos territórios para otimizar ações e a utilização dos recursos”, afirma a bióloga.
Os 44 empreendimentos sustentáveis ligados a 13 cadeias da bioeconomia florestal alcançaram um faturamento anual de R$ 1,5 milhão por meio da venda de produtos in natura e beneficiados. Com a assistência do LIRA e a colaboração em rede, diversas iniciativas foram concretizadas, incluindo a construção de unidades de beneficiamento, obras de infraestrutura, aquisição de máquinas e equipamentos, além do suporte em assistência técnica e desenvolvimento de planos de negócios.
“Além disso, estamos envolvidos na gestão e proteção desses territórios, financiando missões de vigilância. Educação também é uma prioridade para nós, e nos orgulhamos de ter capacitado mais de 3 mil indivíduos em produção sustentável e gestão territorial, por meio de 151 eventos. As áreas protegidas representam o presente e garantem o futuro da Amazônia”, afirma Fabiana. Dentre os capacitados, mais de mil são mulheres e mil são indígenas.
Enquanto os compromissos são estabelecidos em eventos internacionais, projetos como o LIRA demonstram que a verdadeira mudança começa em nível regional, com iniciativas que abraçam a interseção entre sustentabilidade, economia e comunidade. “O LIRA é uma resposta concreta às discussões e desafios trazidos pela COP28. É um testemunho vivo de que a ação local pode ter impactos globais significativos na luta contra as mudanças climáticas”, diz Fabiana.
Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
U | U
U