Escolhi o mercado de capitais para me desenvolver profissionalmente. Após ter ganhado experiência no Brasil, optei por crescer no exterior e hoje sou diretora de RI (Relações com Investidores) de uma multinacional do setor farmacêutico em Miami, nos Estados Unidos. Mas os desafios femininos são globalizados. Não importa a idade, a experiência, o país, a cidade. Nós conseguimos avançar nos direitos, mas há tanto ainda a alcançar e ultrapassar.
As vitórias dão a certeza de que estamos no caminho certo. A presença feminina no mercado de trabalho, ainda mais em ambientes conhecidos como “masculinos”, como o financeiro, é cada vez mais marcante. Ainda há, porém, barreiras a transpor.
Os esforços da vida profissional acontecem também na esfera pessoal. Sou mãe e é preciso cumprir as agendas em família e no trabalho.
A rotina mostra que as mulheres têm um dia a dia muito parecido. E a que a troca de experiências é tão bem-vinda. Uma mulher apoia e inspira a outra. São muitas as lutas: por salários iguais aos dos homens, para ter acesso aos cargos de liderança, para sermos ouvidas, e por respeito.
Equilibrar tantas tarefas é uma missão difícil e não é possível dizer se existe um equilíbrio ideal para levar todas elas. Mas cada uma de nós encontra o seu eixo e o que funciona para a sua vida.
As adversidades, que fazem parte do cotidiano de cada uma de nós, são uma prova de que sim, é possível vencer as dificuldades pessoais, sem se ausentar e sem deixar o lado profissional.
O momento mais difícil da minha carreira foi quando perdi meus pais em um período de um ano. Foi complicado conciliar o trabalho de relações com investidores, de todas as empresas que eu atendia, em meio a tudo o que eu estava passando na minha vida pessoal. Mas tive pessoas incríveis à minha volta, que sempre me apoiaram, e continuei crescendo e me especializando em RI.
O trabalho faz parte da minha vida. Desta forma, não há uma separação tão clara entre esses dois aspectos. Eu acabo encontrando um equilíbrio quase que diário entre o que demanda atenção em determinado momento. Quando eu tenho que desacelerar e estar com a minha filha e a minha família, eu faço. E quando tenho que focar mais no trabalho, também faço. E vou gerenciando dessa maneira.
Devemos celebrar a presença feminina no mercado financeiro. Essa presença, cada vez mais marcante e numerosa, abre as portas que proporcionam oportunidades e inspiração para as gerações futuras, incluindo minha filha.
A maior conquista que contabilizo hoje é poder trabalhar com o que eu gosto. Além disso, é prazeroso apresentar esse mundo de possibilidades para a minha filha, para que ela saiba desde nova que pode fazer o que quiser.
Passadas as turbulências, que venham as conquistas. E as metas continuam. A mãe e profissional ainda sonha em trabalhar para fazer a diferença na vida das pessoas, acreditando nessa possibilidade justamente pela relação que seu trabalho traz com a área da saúde.
Para mães e profissionais que enfrentam contratempos e momentos repletos de afazeres, mas que sempre se desdobram em agradecimentos e recompensas: em cada desafio, encontramos oportunidades de crescimento e superação. Lembrem-se de que a diversidade é nossa maior força, e, ao construirmos pontes, abrimos portas para um futuro mais inclusivo.
Sejamos a inspiração que buscamos, guiando o caminho para as gerações que nos sucedem. Juntas, somos ‘imparáveis’. Avancemos com determinação, pois, cada conquista é uma vitória, não apenas pessoal, mas também para todas nós. Que nosso legado inspire novas narrativas e quebra de paradigmas.
Vamos construir juntas um futuro em que todas as mulheres possam alcançar seu pleno potencial. Você é capaz, resiliente e extraordinária. Continue a brilhar e a fazer a diferença!
Melissa Angelini – diretora de RI e membro co conselho do IBRI, Instituto Brasileiro de Relações com Investidores