O Governo de Minas Gerais assinou protocolo de intenções para participar da recuperação de uma antiga área de mineração de 260 mil m² no centro de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), por meio da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Invest Minas).
O acordo foi firmado com a AngloGold Ashanti e a construtora Concreto e tem o apoio da Prefeitura de Nova Lima. Denominado de ‘Nova Vila’, o projeto prevê a valorização do patrimônio histórico-cultural e de ressignificação do uso do espaço, atualmente desativado. A área anteriormente usada pela mineração reunirá, no futuro, centros culturais, espaços de convivência, áreas verdes, comércio, serviços, moradias, entre outros. “Temos inúmeras minas no estado, algumas dentro de cidades, como é o caso dessa, mas todas elas com algum tipo de problema no momento do fechamento, em que o que sobra é só a cava. E nós temos condições de transformar essas cavas em riqueza novamente para a cidade porque a cidade continua, e esse projeto pode servir de exemplo para dezenas de outros projetos de recuperação de áreas de minas fechadas daqui em diante”, disse o vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus. O local terá também área para a prática de esportes ao ar livre, atividades de educação e economia criativa e também ações voltadas para a inovação na indústria.
Atualmente, o projeto está em processo de licenciamento nos órgãos de patrimônio e ambientais e tem sido apresentado a representantes da sociedade civil, comunidades, associações e instituições. A expectativa é que o Nova Vila gere cerca de 350 empregos temporários diretos e outros 600 indiretos e, ainda, que mais de 260 postos de trabalho sejam criados permanentemente nos três primeiros anos de operação. Outro destaque do projeto é a revitalização de mais de 19,6 mil m² de estruturas históricas, valorizando o patrimônio, a preservação ambiental e a inovação, com construções criadas para respeitar a história local, e com inspiração no conceito de Museu de Território. A obra tem baixo impacto ambiental e destinará 25% da área a corredores ecológicos e áreas de preservação da Mata Atlântica e taxas de ocupação das edificações para moradias abaixo do que é permitido no Plano Diretor do município. O projeto ainda conta com a construção de uma nova via de dois quilômetros de extensão e de uma ciclovia que irá melhorar a mobilidade urbana na área central de Nova Lima. “Estamos vendo um investimento no centro de Nova Lima, significando o fechamento de uma mina com a entrega de utilidade à população. Essa mina foi fechada há quase 20 anos e, desde então, o que Nova Lima tem é uma área enorme cercada dentro da cidade. E o que vai passar a ter é uma ligação direta da entrada da cidade com o centro”, destacou Professor Mateus, que vê ainda um pioneirismo na empreitada que pode servir de referência para outras regiões mineiras.
Para o prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez, o projeto é desafiador e deve garantir benefícios para a cidade. “Sabemos da importância que essa área tem para Nova Lima, e por isso apostamos em um projeto que, ao mesmo tempo, preserve o patrimônio histórico ali localizado, ofereça uma solução de mobilidade para o trânsito da área central e, ainda, que seja uma área de comércio, serviços e usufruto da população“, disse.
Prefeito e vice-governador vistoriaram a área onde funcionavam as antigas Mina Velha e Mina Grande, ativas entre 1834 e 2003, acompanhados pelo diretor de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da AngloGold Ashanti, Othon Maia, e o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, que ressaltou a relevância do projeto para o Estado. “É inegável a importância econômica da mineração para Minas Gerais. Assim, o fim de um ciclo de atividade minerária precisa devolver para a população áreas revitalizadas do ponto de vista social e ambiental. Acreditamos que essa iniciativa vai materializar esse compromisso”, afirmou Braga. Para Maia, o Nova Vila representa um exemplo único de fechamento de mina com geração de valores sustentáveis em Minas Gerais e no Brasil. Ao mesmo tempo que permite um novo uso a uma área industrial desativada, oferece lazer, promove o resgate e preservação da memória, valoriza a cultura, e favorece o desenvolvimento socioeconômico.