Preparem seus telescópios (ou não, porque não são necessários) e suas cadeiras reclináveis, pois a chuva de meteoros Delta Aquáridas está de volta! Este fenômeno astronômico, que ocorre todos os anos, promete iluminar o céu do Piauí com até 20 meteoros por hora na noite do dia 31 de julho. É como se o universo estivesse nos presenteando com um show de fogos de artifício, mas sem o barulho e a poluição.
As Delta Aquáridas são como um show de luzes no céu noturno, estrelado por meteoros. Mas de onde vêm esses meteoros? Eles são pedacinhos do cometa 96P/Machholz, que deixaram um rastro de “poeira espacial” em sua jornada pelo espaço. Quando a Terra cruza esse rastro, os fragmentos entram na nossa atmosfera em alta velocidade, queimando e criando o espetáculo luminoso que chamamos de “estrelas cadentes”. É como se o cometa tivesse deixado um presente brilhante para nosso planeta apreciar.
Claro que além da beleza, as chuvas de meteoros também têm grande importância para as ciências de forma geral. Os meteoros que conseguem atingir a superfície terrestre, conhecidos como meteoritos, são verdadeiras “cápsulas do tempo”, que podem conter informações sobre a formação e evolução do nosso sistema solar. Quando estudamos esses objetos, podemos dar alguns palpites até sobre a origem da vida e a história do nosso planeta. Para aproveitar ao máximo esse espetáculo celeste, é fundamental seguir algumas dicas:
É essencial escolher um local afastado da poluição luminosa das grandes cidades, onde o céu noturno seja mais escuro e límpido. Áreas rurais e parques nacionais são opções ideais para a observação.
É importante verificar as condições climáticas e optar por noites sem nuvens para garantir a melhor visibilidade.
Não é necessário nenhum equipamento sofisticado para apreciar a chuva de meteoros. Basta encontrar um local confortável, deitar-se em uma cadeira reclinável ou em um cobertor e deixar que os olhos se acostumem com a escuridão.
A paciência é uma virtude fundamental nesse processo, pois os meteoros podem surgir de forma esporádica ao longo da noite.
E eu não poderia deixar de falar sobre a crença de que estrelas cadentes trazem sorte. Talvez pela raridade do evento astronômico em alguns lugares, esse fenômeno foi atribuído a sorte daquele que viu. Eu procurei alguma história que fosse a fonte desta crença, mas não encontrei nenhuma. Mas, nessa procura, acabei lembrando de uma lenda amazônica: no céu antigo de poucas estrelas solitárias que admiravam os jovens das tribos amazônicas. Para atraí-los, transformavam-se em estrelas cadentes e, ao serem observadas, desciam como moças, passando a noite com os rapazes. Ao amanhecer, levavam-nos para o céu e mais uma estrela surgia.
Embora a ciência nos explique que, na verdade, temos apenas meteoros queimando na atmosfera (obrigado, ciência, por sempre estragar a imaginação) não custa nada fazer um pedido ao avistar uma estrela cadente. Afinal, se a ciência está errada e os céus realmente estiverem cheios de pessoas em busca de companhia, você não vai querer perder essa oportunidade, né? E se a ciência estiver certa, bem, pelo menos você terá aproveitado um belo show de luzes cósmicas. Mas, provavelmente, depois dessa história, minha esposa vai ficar bem desconfiada do motivo do meu gosto por astronomia…
*Daniel Guimarães Tedesco é Doutor em Física pela UERJ, Professor da Escola Superior de Educação, Humanidades e Línguas e do Programa de Pós-Graduação em Educação e Novas Tecnologias no Centro Universitário Internacional Uninter.
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VALQUIRIA CRISTINA DA SILVA
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