A interrupção do ciclo de redução da taxa Selic, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, acendeu o alerta de atores econômicos, dentre eles o setor de comércio e serviços, representado na capital mineira pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH). Para a entidade, uma das alternativas para se ter um período mais longo de queda dos juros, em conciliação com as metas fiscais, seria o esperado ajuste fiscal.
“O compromisso em equilibrar as finanças públicas, reduzir gastos e aumentar as receitas ajudaria a manter as boas expectativas com a melhora na intenção de consumo das famílias, recuperação da renda e queda do endividamento. Como se sabe, a redução dos juros é um dos incentivadores do consumo e da economia. Por esse motivo, é também um anseio dos setores produtivos, sobretudo do nosso comércio e dos consumidores”, analisa o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Ainda segundo o dirigente, apesar dos recentes acontecimentos do país como as enchentes no Rio Grande do Sul, e também da cautela das grandes economias externas que, no momento, são defensoras de uma redução de juros mais sutil por receio de aceleração dos preços, é possível chegar em um equilíbrio que favoreça governo, empresários e consumidores. “Acreditamos ser possível alinhar os objetivos entre as políticas fiscal e monetária para atravessarmos mais um semestre sem tantas turbulências e incertezas. Apesar de tudo, o setor tem se mostrado resiliente. Em Belo Horizonte e Minas Gerais, por exemplo, tivemos crescimento do comércio varejista, e isso é resultado da redução da Selic”, finaliza.
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MARIA CRISTINA GOMES REIS
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