Por Thiago Turcato, gerente de suporte técnico da Mitsubishi Electric Brasil
A parceria entre instituições de ensino e a indústria na área de pesquisa científica é uma prática consolidada no mercado que já rendeu diversas inovações em áreas como TI e farmacêutica. Mas, de algum tempo para cá, as empresas estão percebendo que existem mais possibilidades além do desenvolvimento de produtos e serviços, passando a investir na formação de mão de obra especializada indo além dos tradicionais programas de estágio.
Para atender à demanda da indústria, outros modelos de parceria, além da científica, estão sendo implementados, e muitas empresas já perceberam suas vantagens, investindo cada vez mais em iniciativas que envolvem instituições de ensino, que vão desde doações de equipamentos e patrocínios institucionais, até a promoção e desenvolvimento de competições e concursos, entre outras iniciativas.
Já, as instituições de ensino, geralmente são muito receptivas e demonstram grande interesse em estreitar esse relacionamento, uma vez que traz inúmeros benefícios.
Como funciona?
A adoção de sistemas e soluções de automação industrial é apontada como fundamental para que setores como o de manufatura, alimentos e bebidas, mineração, entre outros, obtenham mais produtividade e reduzam seus custos, aumentando a sua participação no mercado. Já setores como infraestrutura, saneamento e distribuição de energia precisam automatizar seus processos para entregar melhores serviços para a população.
Todos esses setores enfrentam um desafio em comum, a falta de mão de obra especializada. Por isso, é preciso fomentar um relacionamento mais próximo com instituições de ensino superior e cursos técnicos, o que pode ser viabilizado através de colaboradores da empresa com a instituição em que estudou ou então por meio dos coordenadores dos cursos com mais sinergia ao objetivo do projeto da empresa. Por fim, indicações via networking (parceiros) também são sempre um bom caminho.
Por que fomentar esse novo modelo de relacionamento?
Apresente um desafio a um estudante de engenharia e é quase certo que ele irá “mergulhar” no problema até encontrar a solução. Por isso, a criação de competições ou concursos estudantis oferece a oportunidade de incentivar esse espírito de inovação, com a mentoria de profissionais, simulando a realidade do mercado de trabalho, principalmente quando a meta é o desenvolvimento de aplicações que possam ser utilizadas em situações reais da indústria no mercado em geral.
Essa maior integração faz com que o mercado de trabalho possa absorver melhor e mais facilmente os novos profissionais. À medida que há uma aproximação maior entre a Indústria e a Academia, os recém-formados podem chegar ao mercado de trabalho mais preparados para a realidade do mercado industrial, facilitando assim essa transição tanto por parte do indivíduo como por parte das empresas.
É a famosa relação ganha-ganha. As empresas recebem jovens mais bem preparados para assumirem as suas posições. E, os estudantes, chegam ao mercado de trabalho com maior conhecimento técnico e, também, com um melhor entendimento do ambiente corporativo.
Esse novo modelo será possível a partir de maiores conexões entre empresas e instituições de ensino, gerando oportunidades de crescimento para ambos os lados. Devemos ensinar, aprender e inovar juntos para então prosperar e criar uma sociedade mais justa e sustentável.