Desde os primórdios da humanidade, normas e tabus sobre sexualidade têm sido alvo de variadas discussões, como a repressão sexual, que impõe restrições, gerando uma atmosfera de culpa e vergonha. Historicamente a repressão sexual se manifestou de diferentes formas, variando de acordo com a cultura e o contexto. A imposição de limites à expressão sexual propicia o surgimento de estigmas e discriminação. Apesar da história marcada pela repressão sexual, movimentos de resistência emergiram ao longo dos anos, buscando romper com tais amarras. A cantora mundialmente famosa Madonna, que desde o começo da sua carreira levanta a bandeira da liberdade sexual, realizou um Mega Show de comemoração aos seus 40 anos de carreira em Copacabana, mostrando mais uma vez, através do seu figurino, o icônico corset em formato de cone como uma peça que representa a opressão feminina. A psicóloga e terapeuta, Dra.Karina Chernacov, especializada no tratamento de pessoas vítimas de trauma, é mediadora familiar da suprema corte na Flórida, comenta sobre o show de Madonna e os parênteses que podem abrir na sociedade.
É fundamental esclarecer que a liberdade sexual é o direito de expressar e exercer a sexualidade livremente e diz respeito a adultos que consentem e que têm autonomia para fazer escolhas sobre seu próprio corpo e expressão sexual sem medo de julgamento ou coerção. Liberdade sexual não é sinônimo de promiscuidade, que implica em atividade sexual indiscriminada ou excessiva. A liberdade sexual respeita limites, consentimento e senso de agência pessoal.
Muitas vezes acontece de um artista ser associado a um tipo de material de exploração sexual, o que pode acarretar num impacto negativo ao seu público em geral, pois eles têm a responsabilidade de considerar o impacto de seu trabalho.
Promover promiscuidade e exploração pode contribuir para o desenvolvimento de normas sociais prejudiciais, perpetuar estereótipos e influenciar indivíduos vulneráveis de maneira negativa, além de traumatizar vítimas de abuso e tráfico sexual. Além disso, envolver-se na produção ou promoção de material sexualmente exploratório levanta preocupações éticas sobre consentimento e objetificação, principalmente, a feminina.
“Como uma psicóloga especialista no tratamento de vítimas de abuso sexual, devo ressaltar que a exposição a material sexualmente exploratório pode ser prejudicial, especialmente para pessoas que sofreram algum tipo de abuso e trauma, pois isso pode desencadear memórias traumáticas, perpetuar estereótipos prejudiciais e contribuir para uma cultura que normaliza a objetificação e exploração sexual”, afirma a psicóloga Karina Chernacov. “Isso pode agravar ainda mais os sentimentos de vergonha, culpa e impotência entre as vítimas de abuso sexual, tornando difícil para elas se curarem e seguir em frente. Portanto, é crucial promover atitudes saudáveis em relação à sexualidade e criar espaços seguros que priorizem o consentimento, o respeito e a empatia”.
Atualmente a exposição de material sexual se encontra em um cenário bem distinto. É uma indústria bilionária, que movimenta um quinto de todas as buscas realizadas em celulares. É bom lembrar que mostrar, exibir ou incentivar promiscuidade e material sexualmente exploratório pode ser prejudicial e arriscado. Quando um artista associa- se a esse tipo de material de exploração sexual, isso pode acarretar num impacto negativo ao seu público em geral, pois eles têm a responsabilidade de considerar o impacto de seu trabalho.
É importante manter a dignidade dos indivíduos, ainda mais quando se tem uma exposição de um artista que são, principalmente, idealizados como modelo ou influenciadores de muitos.
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