O balanço da Meta é mais uma das reações de mercado que podemos chamar de irracionalidade ou de antecipação versus precificação. Isso porque na semana passada, por exemplo, a Netflix esperava um crescimento bem significativo, de 50% nas receitas. E, no entanto, as receitas cresceram 80%, ou seja, muito melhor do que se esperava. E, ainda assim, a ação caiu, usando essa tese de irracionalidade ou precificação e antecipação.
Com a Meta, estranhamente, isso está se repetindo. Ela teve resultados excepcionais, bateu as expectativas no período. E, ainda assim, de imediato, as ações começaram a cair.
Isso indica que esse ganho já estava precificado. E com uma característica a mais: os investidores não simpatizaram com uma informação que consta no relatório. Há a menção de que a empresa espera que o crescimento desacelere consideravelmente.
A Meta está sendo sincera e profissional e pagando o preço por isso. Uma outra menção cita que o crescimento dos custos vem trabalhando em desfavor da melhoria da performance dos números. Ou seja, as despesas não param de subir e isso vem trabalhando em desfavor da performance financeira da empresa.
Mas a mensagem principal é que esse crescimento vertiginoso a empresa reconhece que não é sustentável ao longo dos próximos períodos.
Bruno Corano é economista e investidor da Corano Capital (NY)