A primeira coisa que chama atenção no balanço da Netflix é como o mercado acionário tem um grau de irracionalidade. Com os resultados apresentados, se esperava que as ações se valorizassem no After Aarket. No entanto, elas deram sinais de desvalorização. E aí a pergunta que se faz é o que se esperava, então?
Como já se esperava um resultado positivo; alguns falavam até 50% de aumento da receita e o aumento foi de 80% – e ainda assim a ação no After Market dá sinais negativos, isso mostra que a racionalidade estava na expectativa desajustada. Ou porque a ação já estava hiper valorizada; e, se estivesse hiper valorizada, por que os resultados que vieram ainda assim muito bons, não impactaram para que a ação subisse ainda mais?
Na minha opinião a resposta é porque as ações já estavam valorizadas e, independentemente do resultado, existem momentos em que o papel terá correções.
O mais importante é ficar claro que a Netflix está surfando nos benefícios das correções da gestão feitas lá atrás, que já impactaram os últimos trimestres e continuam surtindo efeito. E, acredito, vão surtir efeito ainda nos trimestres seguintes. Porque, definitivamente, a Netflix está se descolando lentamente, mas está se descolando dos seus concorrentes, e conseguindo de uma vez por todas se posicionar como um negócio estável, sólido e longevo.
Essa era a grande dúvida, até então: se ela seguiria com gastos bilionários e com desequilíbrio de caixa. Foram muito acertadas, entre outras decisões, o combate ao compartilhamento de senhas, mas principalmente, a redução dos gastos com superproduções que não que não conseguiriam se pagar e, nem por isso, geravam uma contrapartida de receita e conquista de assinantes, que compensasse também investimento.
Eu vejo o futuro da Netflix muito positivo nesse mercado de streaming que também tem tudo para continuar crescendo, em que a empresa é o principal player neste momento”.