A endometriose é uma doença crônica cujo tecido semelhante ao revestimento do útero cresce fora dele, na maioria das vezes no intestino, na bexiga ou nos ovários.
Mesmo não tendo uma causa específica, ela pode ser assintomática ou vir acompanhada de uma série de desconfortos, como dor pélvica, cólica intensa, dores ao evacuar, urinar ou até mesmo nas relações sexuais.
A mulher com endometriose geralmente tem mais dificuldade em fazer o processo de detox natural do corpo, ou seja, eliminar as toxinas, deixando-o mais intoxicado e desregulado, principalmente na questão hormonal, favorecendo um aumento do quadro inflamatório e comprometendo a fertilidade, uma das maiores preocupações.
É possível conviver com a endometriose? Sim, dependendo da gravidade da doença e o quanto ela está impactando na vida da mulher. Porém, é extremamente importante ficar atenta aos sintomas e sempre que possível realizar exames ginecológicos, pois, mesmo sendo uma condição crônica existem diversas opções de tratamento para gerenciar os sintomas.
Alimentação: uma importante aliada
Considerando os diversos recursos existentes para tratar a endometriose, como cirurgias, medicamentos, terapia hormonal e tratamentos de fertilidade, por exemplo, pouco se fala o quão essencial é o tratamento nutricional para mulheres portadoras dessa doença. “A alimentação tem um papel importantíssimo tanto no surgimento quanto na progressão da doença, sem falar do controle das dores e melhora da fertilidade”, informa a nutricionista especializada na saúde da Mulher Mariana Marques.
“A nossa alimentação atual, cheia de alimentos industrializados, processados e práticos para o consumo, seguido do consumo diminuído de vegetais, verduras e frutas, tem favorecido o desequilíbrio do organismo, com aumento do estresse oxidativo e da inflamação. Esse tipo de alimentação, pobre em nutrientes, tem provocado o surgimento e o agravamento da doença”, reforça Mariana. “Por conta disso, fazer alguns ajustes alimentares estratégicos, mesmo que sem os sintomas, e também mudar o estilo de vida com o intuito de reequilibrar o organismo é essencial para prevenir e evitar a progressão da doença”, complementa a nutricionista.
Confira abaixo a lista de alimentos importantes que contribuem para o tratamento da doença:
– Aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes: são ricos em fibras e possuem excelente ação antioxidante, que combatem os radicais livres e reduzem a inflamação. Sempre que possível, o ideal é optar pelas versões orgânicas, pois são livres de agrotóxicos (são uma fonte de toxinas capaz de agravar a endometriose e piorar a fertilidade).
– Incluir sempre um vegetal da família brássica, ou seja, couve, couve-flor, brócolis, repolho, rabanete, etc.: são excelentes na desintoxicação natural do organismo;
– Diminuir o consumo de carne vermelha: ela está associada ao aumento das concentrações de estrogênio e o aumento da cascata inflamatória, piorando a inflamação, o que pode agravar ainda mais a doença. Optar por carnes brancas como peixes e até mesmo o frango;
– Diminuir o consumo do trigo: No trigo nós temos uma proteína chamada glúten e em muitos casos ele está associado ao aumento das dores e desconfortos da endometriose;
– Aumentar o consumo de ômega 3: excelente anti-inflamatório natural, presente nos peixes e nas sementes como chia e linhaça;
– Incluir resveratrol no dia a dia: substância presente nas uvas roxas e jabuticabas, tem excelente ação antioxidante e anti-inflamatória, podendo contribuir com a diminuição dos focos endometriais;
– Aumentar o consumo de fibras: o consumo de fibras, como aveia, psyllium, chia, etc, ajuda na maior excreção do estrogênio, principal hormônio relacionado à doença;
– Ingerir bastante água: mulheres com endometriose têm mais dificuldade em eliminar toxinas, deixando o corpo ainda mais inflamado. O aumento do consumo de água ajuda na excreção de toxinas e na redução da inflamação;
– Diminuir o consumo de cafeína e álcool: essas substâncias podem piorar os sintomas da endometriose em algumas mulheres, aumentando a inflamação, as dores e piorando a fertilidade.
– Incluir chás ao longo do dia: os chás naturalmente são ricos em antioxidantes, que ajudam a diminuir o estresse oxidativo e combater a inflamação. Para cada sintoma e para necessidade há um chá específico que pode ajudar. No geral, optar sempre pelo mais anti-inflamatório, como o de gengibre.
– Reduzir o consumo de alimentos industrializados: são cheios de aditivos, conservantes, corantes, etc, substâncias que o nosso corpo não reconhece como nutriente e com isso ativam mais inflamação.
É importante ressaltar que cada mulher é única e pode ter sintomas diferentes, mas é sempre válido ressaltar que é possível viver sem dores e desconfortos mesmo tendo endometriose, considerando a nutrição uma das peças chave nesse processo.