Você sente fadiga persistente, mesmo após períodos de descanso? E a dificuldade de concentração? Consegue tomar decisões facilmente? Tem irritação? E insônia ou sono irregular? Está sentindo desinteresse em atividades que costumavam ser prazerosas?
Esses são sintomas do cansaço mental, que é quando ocorre uma fadiga psicológica, uma sobrecarga de informações e o excesso de demanda por produtividade. A pessoa não tem disposição para realizar atividades, sejam elas tarefas simples ou do trabalho, não consegue se concentrar e nem mesmo se sentir bem fazendo algo que gostava.
O cansaço mental pode estar ligado a vários fatores. Entre eles, os psicológicos, como o estresse crônico, a ansiedade e os sintomas depressivos (como desânimo ou falta de vontade). Até mesmo o covid19 deixou/deixa muita gente com perda cognitiva e dificuldade de concentração.
Diagnóstico e de tratamento
Entender como o cansaço mental surge é o primeiro passo para combatê-lo. É importante analisar as funções cognitivas, se há alguma perda e qual é o motivo dela. “Por exemplo, podemos avaliar um paciente com um quadro de ansiedade. Ele tem pensamento acelerado e com isso executa tarefas com pressa e comete erros. Na consulta, podemos fazer testes, como o Altoida, um exame com inteligência artificial que rastreia queixas cognitivas, e podemos chegar à conclusão que a causa é a ansiedade e precisa ser tratada com medicação, além de técnicas psicoterapêuticas. Outro cenário seria a identificação de comprometimento cognitivo leve, situação que aumenta o risco de demência. Com o Altoida, conseguimos identificar as habilidades cognitivas que se encontram abaixo do esperado e aplicar estratégias medicamentosas, comportamentais e de mudanças no estilo de vida que poderão prevenir a progressão da perda cognitiva. Portanto, o mais importante é entendermos que esse cansaço cerebral é apenas a ponta do iceberg, sendo necessário avaliar outros sintomas associados e as limitações observadas, tendo um diagnóstico e propondo um tratamento”, conta o neurologista Marcos Lange, de Curitiba (PR).
Para o psiquiatra mineiro Francis Silveira, Mestre em Neurociências pela Logos University International – UniLogos / Miami (EUA), ferramentas como o Altoida, um exame que não é invasivo e nem emite radição, emergem como aliadas. “Embora originalmente desenvolvida para a detecção precoce de doenças neurodegenerativas, esse exame com realidade aumentada também oferece insights sobre o cansaço mental. Por meio de testes neuromotores, o Altoida pode ajudar a identificar alterações no desempenho cognitivo, embora não substitua uma avaliação clínica”, completa o especialista.
Cansaço mental pode levar a doenças neurodegenerativas?
As doenças neurodegenerativas, aquelas relacionadas com a parte cognitiva, principalmente a doença de Alzheimer, que é a mais prevalente, está associada com vários fatores de risco, inclusive o estresse, que leva a uma fadiga cerebral, a um cansaço, uma dificuldade de concentração e de atenção. “Se entendermos que o cansaço mental é devido ao estresse, temos maiores chances de várias doenças crônicas, incluindo aquelas neurodegenerativas. Aliás, vários outros fatores que causam cansaço ou fadiga cognitiva e mental também são fatores para estas doenças, como a insônia; o consumo de alimentos ultraprocessados; o sedentarismo e transtornos do sono”, explica o neurologista Marcos Lange.
O especialista argumenta que existem dois modelos de reserva relacionados às capacidades funcionais cognitivas. “A primeira é a reserva cerebral que está relacionada com a manutenção anatômica cerebral. Já a segunda é a reserva cognitiva que está relacionada com a manutenção de atividades que mantêm este cérebro ativo por meio de desafios complexos. Isso leva a ampliação das conexões neuronais, as sinapses, fazendo com que se tenha um atraso do processo de perda cognitiva.”
Estratégias para melhorar o cansaço mental
Reconhecer o problema é o primeiro passo. Vale conversar com os amigos e procurar profissionais de saúde.
Evite os fatores que levam ao estresse.
Trate a depressão e a ansiedade.
Trate as doenças crônicas, ou seja, mantenha o diabetes, a pressão alta e o colesterol controlados.
Não beba – ou modere no consumo.
Não fume.
Pratique atividade física.
Organize a agenda do dia com tudo o que você precisa fazer.
E viva o momento presente. “Evite sofrer por antecipação ou viver muito no passado. Isso faz toda a diferença”, alerta Marcos Lange.