O mercado já antevia as decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos. A questão agora é com relação à ata, que ainda será publicada, que mostrará que podemos esperar no futuro. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cortou a Selic em 0,50 ponto percentual, que passa de 11,75% para 11,25% ao ano.
Nos EUA, o Federal Reserve (Fed) deixou os juros entre 5,25% e 5,5% pela terceira vez na reunião de hoje do seu comitê de mercado aberto, o que deverá ainda se repetir ainda em algumas reuniões mais.
O mais importante agora será conhecer o conteúdo do comunicado, que mostrará os próximos passos da autoridade monetária. O questionamento do mercado é para saber quando começa a redução da taxa.
No discurso de Jerome Powell cabe qualquer interpretação. A redução pode ser na próxima reunião ou só em setembro, por exemplo. Essa é uma grande habilidade dele, de ser cuidadoso na seleção das palavras, e de não deixar transparecer o que o mercado poderá esperar.
O mercado brasileiro torce pela queda de juros norte-americana. Isso vai aquecer a economia e também permitirá que seja acelerada a redução da taxa brasileira. Caso contrário, será atingido um teto em que não é possível descer mais, porque os juros estarão muito baixos com relação à taxa dos EUA, o que causa um êxodo grande de recursos.
A decisão no Brasil indica que, gradativamente, deveremos ter uma retomada do crédito e um aumento da atividade econômica, especialmente no que se refere a bens sensíveis a crédito, como a classe dos duráveis, que vão desde veículos e imóveis, até máquinas de lavar roupa e televisores.
Para os investidores há um risco relativamente calculado. Estamos em um momento que permite a construção de uma carteira com títulos prefixados, que devem se beneficiar com a queda de juros. Essa janela já foi melhor e maior, mas em algum grau ainda existe.
A renda variável é sempre importante e ainda mais atraente desde os últimos meses que a inflação deu sinais de que estava controlada. Isso foi o sinal para os ativos começarem a se valorizar. Embora tenhamos tido altas em alguns papéis, ainda existe muita oportunidade.
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