DownloadO dispositivo foi colocado em cima da lousa da sala e é sempre acionado quando o volume do ambiente alcança 85 decibéis
O barulho da sala de aula pode incomodar a todos: professores, estudantes e, principalmente, aqueles com transtorno do espectro autista (TEA). Para resolver esse problema real do cotidiano escolar, um grupo de alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Ângelo Scarabucci, em Franca, desenvolveu um dispositivo de alerta para altos ruídos.
Além de ser adotado por outras classes, o protótipo é o único finalista paulista na 10ª edição do Solve For Tomorrow Brasil. A votação do júri popular segue aberta até dia 26 de novembro.
A ideia do aparelho surgiu em uma das disciplinas eletivas da unidade voltada para criar soluções por meio de projetos de iniciação científica. Durante os encontros, uma das questões levantadas foi o excesso de barulho, que compromete não só o processo de aprendizagem, mas também impacta no bem-estar dos alunos com autismo e hipersensibilidade sonora.
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O dispositivo foi colocado em cima da lousa da sala e é sempre acionado quando o volume do ambiente alcança 85 decibéis. Esse alerta serve para que a turma diminua o barulho. “Fizemos testes que duraram cerca de seis semanas e registramos uma redução de 35% no ruído da sala em que o dispositivo foi instalado”, explica Henrique Pereira, professor de Biologia e orientador da equipe.
“Trata-se de um projeto voltado à saúde e à diversidade, pois estamos falando de uma iniciativa que envolveu toda a turma para identificar e atender às necessidades dos alunos com autismo e sensibilidade auditiva. Eles têm empatia um pelo outro e se solidarizam, ao ponto de criar um dispositivo visual que é aplicado em sala de aula”, acrescenta Henrique.
Além da participação no prêmio, a expectativa da equipe é envolver ainda mais a comunidade escolar na iniciativa. Para isso, o grupo planeja desenvolver um manual de instruções com as estratégias de conscientização e as informações necessárias para a programação do equipamento utilizando a plataforma Arduino.
“Com o desenvolvimento desses projetos, estimulamos o protagonismo dos alunos para que eles observem suas realidades e se sintam capazes de modificá-las na comunidade onde vivem. No futuro, essas alunas podem se tornar pesquisadoras que resolvem problemas ainda maiores na sociedade. As pessoas falam muito sobre o potencial de transformação da educação e esse é o meu melhor exemplo”, conclui.
Sobre o Solve For Tomorrow
O Solve For Tomorrow está no Brasil desde 2014 e, na edição atual, tem uma programação diversa composta por webinars, workshops e mentorias para ajudar os participantes a alcançarem seus objetivos aplicando possíveis melhorias a seus projetos. No total, a iniciativa já envolveu 173 mil estudantes, mais de 36 mil professores, e mais de 6.600 mil escolas públicas. E, em 2023, registrou um aumento de 50,92% no número de alunos inscritos, em comparação ao ano anterior.
A edição brasileira do Solve For Tomorrow conta com uma rede de parceiros, como a representação no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO no Brasil), da Rede Latino-Americana pela Educação (Reduca) e da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), além do apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a coordenação geral do Cenpec.
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Fonte: www.saopaulo.sp.gov.br
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