Neste ano, entre janeiro e agosto, foram registrados 3.441 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), forma mais letal da Covid-19, e 84 mortes de crianças menores de 1 ano de idade. Por isso, no final de outubro houve o anúncio do Ministério da Saúde sobre a inclusão da vacina contra a Covid-19 para esse público no Calendário Nacional. A vacinação contra a doença agora será obrigatória para crianças entre 6 meses e menores de 5 anos no Brasil.
Nessa faixa etária, o esquema vacinal contará com três doses aplicadas com o intervalo de 4 semanas entre a primeira e a segunda; e de 8 semanas da segunda para a terceira dose.
A médica infectologista Clarissa Cerqueira explica qual a importância de começar a imunização nesta faixa. “Ela foi implementada para a gente desde cedo já começar a reduzir o risco de transmissão da covid, principalmente nessa população em que o contato é mais próximo e que também é uma faixa etária de risco para algumas complicações”, afirma.
Ela ressalta ainda que o esquema de vacinação será único e que quem completou as três doses neste ano, não vai precisar repetir em 2024: “Apenas crianças que possuem comorbidades ou são imunocomprometidas precisarão tomar a dose de reforço”, acrescenta.
O Ministério da Saúde também reconhece como público prioritário as crianças indígenas; ribeirinhas; quilombolas; que vivem em instituições de longa permanência e em situação de rua, grupos que passaram por avaliação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI) e do Programa Nacional de Imunização (PNI).
Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou aos países que priorizem a vacinação da população de alto risco para a doença. Além do Brasil, mais de 60 países autorizaram a vacinação de crianças a partir do final de 2021.
Miguel Nascimento atualmente tem 7 anos, mas tomou a primeira dose ainda com 5. A irmã dele, a universitária Verena Veloso, fala sobre a importância dessa inclusão. “Não é só para protegê-lo ou à nossa família, mas o ato de se vacinar é um pacto coletivo pelo bem comum da sociedade e inserir a vacina no calendário é um passo muito importante para que a gente preserve vidas”, comenta.
Até o momento, 30.312.379 doses da vacina bivalente foram aplicadas no país. Ao todo, desde o início da pandemia, foram registrados 37.994.356 casos da doença e 706.986 mortes.