Até agosto de 2023, foram realizados no Distrito Federal, 213 transplantes de córnea e 93 de rim, representando um aumento em relação ao mesmo período de 2022, quando foram contabilizados um total de 501 transplantes entre órgãos, medula óssea e córnea. O transplante renal teve o maior crescimento, de 64 para 93 procedimentos. Além disso, em 2023, ocorreram 21 transplantes de coração, 81 de fígado e 135 de medula.
Isabela Pereira Rodrigues, enfermeira chefe do Banco de Órgãos e Tecidos do DF, explica que como o tecido ocular não necessita de compatibilidade, a doação de córneas tem uma abrangência e uma possibilidade de ter o maior número de doadores de córneas e, portanto, aumenta o número de transplantes.
“O rim, considerando também ser órgão duplo, ele é também elevado o seu número de transplantes, porque ele pode ajudar dois receptores diferentes, apesar de que a doação de órgãos já demanda outras especificidades, que é a necessidade da compatibilidade, não só sanguínea, mas de outros aspectos genéticos também”, explica.
A enfermeira afirma que em 2022 o Brasil teve 17 doadores efetivos por unidade de milhão de habitantes. “No Distrito Federal, nós tivemos um total de doadores efetivos de 14,2 por milhão de população. Em 2023, no primeiro semestre, o Brasil já obteve 19 doadores efetivos por unidade de milhão de habitantes e o DF já alcançou 9,2 por milhão de pessoas”, avalia.
Isabela destaca que houve um aumento na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes ao longo dos últimos dois anos. Em 2022, a lista contabilizava 54.172 pacientes aguardando por um órgão ou tecido. Já no primeiro semestre de 2023, esse número subiu para 58.522 em todo Brasil. No Distrito Federal, a lista também aumentou. Enquanto em 2022 havia 537 pacientes cadastrados na lista de espera, no primeiro semestre de 2023 esse número praticamente dobrou, chegando a 1.083 pacientes aguardando por um órgão ou tecido.
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