A NACS Show é o maior evento mundial voltado para o varejo de conveniência e postos de combustíveis, reunindo milhares de participantes e expositores de todo o mundo. Realizada anualmente nos Estados Unidos, a feira oferece uma oportunidade única para profissionais do setor conhecerem inovações, discutirem desafios e identificarem novas tendências que moldam o futuro do varejo. A edição de 2024, realizada em Las Vegas, destacou-se por seu enfoque em tecnologia, centralidade no consumidor e novas soluções para otimizar a experiência de compra.
Entre os principais insights do evento, estão tendências que podem ser aplicadas no mercado brasileiro, ajudando o varejo a se adaptar e evoluir em um cenário cada vez mais competitivo. A seguir, o especialista em comportamento de consumo, Roberto James, destaca algumas das principais tendências identificadas na NACS Show 2024 que podem impulsionar o varejo brasileiro:
1. Inteligência artificial na gestão de negócios
A IA foi um dos temas mais abordados durante o evento, com destaque para a sua capacidade de otimizar processos e auxiliar na tomada de decisões estratégicas. Jerome Rose, da Microsoft, enfatizou a importância de integrar a IA nas operações do dia a dia, incentivando os colaboradores a usá-la por, no mínimo, 20 minutos diários. A tecnologia pode ser aplicada na análise de dados, automação de processos e no desenvolvimento de programas de fidelidade mais personalizados.
2. Centralidade no consumidor
Colocar o cliente no centro das estratégias de negócio foi um dos pontos mais discutidos na NACS Show. Parece óbvio, mas não é! O consumidor atual busca conveniência, praticidade e uma experiência de compra agradável. O varejo brasileiro pode aprender com o modelo americano, onde a padronização de ambientes, o cuidado com a imagem da loja e a utilização de tecnologias voltadas para a experiência do cliente são essenciais para fidelizar e atrair novos consumidores.
3. Evolução dos programas de fidelidade
Nos Estados Unidos, os programas de fidelidade vão além de descontos. Eles utilizam a gestão de dados para criar interações mais profundas com os clientes, tornando-os ativos na jornada de compra. O uso de IA para otimizar esses programas também é cada vez mais comum. No Brasil, há uma oportunidade de repensar os programas de fidelidade, tornando-os mais dinâmicos, tecnológicos e conectados às necessidades dos consumidores.
4. Caixas de pagamento autônomos
A implementação de caixas de pagamento autônomos, que têm ganhado força no varejo americano, foi amplamente discutida durante o evento. Essas soluções reduzem custos operacionais e proporcionam uma experiência de compra mais fluida e sem atritos. No Brasil, a adoção desse tipo de tecnologia pode ajudar a diminuir filas, melhorar a eficiência e otimizar o atendimento.
5. Valorização da marca
Outro destaque observado foi a importância de uma marca bem estruturada e padronizada. Nos EUA, os consumidores confiam mais em lojas que têm uma identidade visual consistente e oferecem uma experiência agradável em termos de layout, iluminação e limpeza. No Brasil, há espaço para investir mais na valorização da imagem dos pontos de venda, criando um ambiente que transmita confiança e conforto ao consumidor.
6. Soluções em Food Service
O setor de food service tem mostrado grande evolução, com novas soluções para o preparo e a apresentação de alimentos em lojas de conveniência. O uso de estufas mais eficientes e a disponibilização de alimentos quentes e frescos foram alguns dos pontos observados. No Brasil, o crescimento do food service em lojas de conveniência pode ser uma importante estratégia para atrair mais clientes e aumentar o ticket médio de compra e, consequentemente, a confiança do consumidor.
7.Inovação em equipamentos e merchandising
As inovações em equipamentos, como os sensores em máquinas de lavagem de carros e sistemas de pagamento mais eficientes, demonstram como a tecnologia pode otimizar a operação do varejo. Além disso, o merchandising interativo, com marcas criando conexões diretas com o público por meio de brindes e experiências, foi um ponto forte do evento. O varejo brasileiro pode explorar mais essas estratégias de envolvimento e interatividade para aumentar a retenção de clientes.
8. Gestão profissional de preços
A necessidade de precificação correta e profissional também foi uma tendência observada. Nos EUA, os varejistas utilizam ferramentas que ajudam a equilibrar custos, impostos e preços de mercado, encontrando a margem ideal para manter o volume de vendas e o faturamento. No Brasil, o uso dessas tecnologias pode ajudar os lojistas a precificar seus produtos de forma mais assertiva e competitiva.
Essas inovações não só aumentam a competitividade, como também proporcionam uma experiência de compra mais agradável e eficiente, fatores essenciais para o sucesso no mercado atual. O Brasil, com suas peculiaridades e desafios, pode se beneficiar dessas tendências globais para crescer e evoluir no cenário varejista.
Sobre Roberto James
Roberto James é mestre em psicologia, especialista em comportamento de consumo, conselheiro de empresas e atua há mais de 15 anos no mercado de combustíveis e lubrificantes no Brasil. É também palestrante e autor dos livros “O consumidor tem pressa: corra com ele ou corra atrás dele” e “Vivendo o Varejo Americano: uma viagem no coração do consumo”.
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CYNTHIA SILVA CASTRO
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