Apesar de o ensino profissionalizante ser um caminho mais curto para o mercado de trabalho, com qualificação e formação prática, apenas 10% dos estudantes no Brasil optam por essa modalidade.
Por outro lado, pesquisa feita pelo Senai e Sesi com empresários do setor industrial e comercial aponta que 45% dos entrevistados consideram o curso técnico uma das melhores opções de aprendizagem do país para iniciar uma carreira. O levantamento mostra que esse tipo de qualificação oferece mais oportunidades de emprego, em virtude dos conhecimentos específicos adquiridos na área escolhida.
Marcelo Rodrigues, diretor de ensino do Instituto Federal de Brasília, explica que o ensino técnico extrapola a sala de aula. Segundo ele, o ensino médio tradicional, em muitas instituições, é visto apenas como o ‘caminho do meio’ para o ensino superior.
“Aqui a gente enxerga muito mais que isso. A gente enxerga em colocar um estudante na sociedade que esteja pronto para tudo: já pronto para exercer uma profissão. Ele está pronto para contribuir com a sociedade naquele momento”, garante.
“Atividade produtiva requer mão de obra qualificada”
Fruto do ensino técnico, o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) se formou na década de 70 na Bahia. Com o diploma na mão, entrou no mercado de trabalho mais rápido. “Eu me formei na Escola Técnica Federal da Bahia — hoje Instituto Federal da Bahia — e dali saí para trabalhar no polo industrial de Camaçari.”
Segundo o parlamentar, para que mais histórias como a dele se repitam no país, é necessário mais investimentos, assim como ocorre em países europeus.
“Sabemos que as novas tecnologias exigem mão de obra qualificada. Nem todos terão oportunidade de ter acesso a uma universidade e a atividade produtiva requer essa mão de obra qualificada que não existe. Nós precisávamos fazer um esforço gigantesco de acelerar a oferta de vagas em qualificação de pessoas para assumir essa funções que exijam mão de obra mais qualificada”, reconhece.
Estudo feito pelo Observatório Nacional da Indústria para identificar demandas por mão de obra indica que o Brasil precisará qualificar 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2025.