As govtechs vêm crescendo expressivamente no Brasil, vivendo um verdadeiro boom no contexto pós-pandemia. Essas pequenas empresas estão contribuindo para fornecer soluções inovadoras a governos, nas esferas federal, estadual e municipal, e também a importantes instituições e órgãos, revolucionando o setor público brasileiro. No que se refere à governança corporativa, as startups precisam estar atentas e investir nessa estrutura. No caso das govtechs, em especial, isso exige ainda mais responsabilidade, uma vez que estão envolvidas na prestação de serviços para governos e podem afetar diretamente os cidadãos.
Muitos desses novos negócios enfrentam desafios únicos nos primeiros passos, como a falta de estrutura, especialmente nas fases de ideação e validação do projeto. Mas isso não pode ser um impeditivo. É preciso estabelecer uma estrutura organizacional clara e definir responsabilidades, por exemplo. A governança pode ser definida como um conjunto de processos internos, políticas e práticas que permitem que as organizações tomem decisões de forma mais eficaz e ética, bem como o monitoramento da gestão e das lideranças.
A escassez de recursos, a cultura empreendedora de constante mudança, o rápido crescimento das startups e a falta de experiência por parte dos empreendedores são fatores que dificultam a implementação dos princípios de governança corporativa. Isso pode desencadear alguns problemas para o negócio, como comprometimento da reputação, desorganização, pouca transparência perante o público interessado e perda de controle da gestão. Em função disso, elenco 4 pontos de atenção para observar no quesito governança.
Transparência e ética
Isso vale para qualquer empresa, mas para as govtechs é um aspecto ainda mais relevante, já que tendem a lidar mais com dados sensíveis e informações confidenciais relativas a governos. É crucial adotar medidas robustas de proteção de dados e garantia de transparência. As startups devem ser transparentes em relação às suas ações e processos, fornecendo informações claras e acessíveis sobre todas as áreas de operação – desde a contratação de colaboradores até as tomadas de decisões. Assim, todos os stakeholders estarão cientes de como opera a organização.
Trata-se também de uma questão de ética e de responsabilidade. A transparência promove a responsabilização das lideranças e da gestão sobre as decisões e ações da companhia. Na prática, isso pode ser desenvolvido por meio da atualização de canais de comunicação acessíveis e a divulgação de informações relevantes, como relatórios financeiros e relatório anual de sustentabilidade, por exemplo.
Gestão em foco
É fundamental que a equipe esteja alinhada e siga práticas e princípios. O ponto de partida é a definição clara dos objetivos da marca, passando por questões como privacidade, foco na sustentabilidade, qualidade dos serviços e segurança, por exemplo, além da transparência e da ética, mencionadas anteriormente. Após essa etapa, devem ser estabelecidos procedimentos para regular o comportamento da marca e de seus colaboradores. Políticas para lidar com casos de assédio, conflitos de interesse e de segurança de dados, entre outras questões, devem ser levadas em consideração.
Além disso, a marca deve estar preparada para contornar possíveis crises e para tomar decisões assertivas e responsáveis diante de desafios. É importante pensar em gestão de risco e em ameaças reputacionais. Para lidar com isso, podem ser organizados times específicos que trabalhem essas questões e elaborados materiais como planos de contingência, por exemplo, de modo a mitigar potenciais problemas.
Monitoramento das ações
Após a definição dos objetivos e das metas, é preciso pensar em maneiras de monitorar e mensurar o desempenho das ações de forma regular e sistematizada. Coleta de feedback de clientes, realização de pesquisas e produção de relatórios são práticas normalmente adotadas para atender a essa questão.
Orientação é sempre bem-vinda
Uma boa dica para as govtechs é buscar orientação de profissionais, especialmente quando estão nas primeiras etapas do projeto. Existem assessorias e consultorias especializadas em governança que podem fornecer mentorias e indicar as melhores práticas, conforme a necessidade da empresa.
*Por Diogo Catão, CEO da Dome Ventures, uma Corporate Venture Builder GovTech que nasceu com o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no Brasil – domeventures@nbpress.com.br
Sobre a Dome Ventures
A Dome Ventures é uma corporate venture builder GovTech que nasceu com o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no Brasil. Sua missão é contribuir com o avanço digital do setor público, selecionando e desenvolvendo de forma contínua inovações aplicadas e startups que possuam soluções para impactar positivamente a sociedade e a vida de toda a população. Para mais informações, acesse: https://dome.ventures/.