A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES) registrou uma queda no número de internações por doenças relacionadas ao colesterol no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022. Segundo a análise de internações em hospitais atendidos pelo SUS, em 2023, 64,7 mil pessoas foram internadas por essa causa, contra 69,2 mil no ano passado. O número representa uma queda de 6,5%.
O levantamento ainda mostra que no comparativo com os últimos três anos, homens foram maioria no número de internações com 58%. O sexo masculino também lidera com 55% o número de consultas e tratamentos de doenças relacionadas ao colesterol.
Segundo o médico do ambulatório de cardiologia da Secretaria do estado de São Paulo, Emival Junior, os principais tipos de colesteróis são os: LDL, VLDL, HDL, colesterol total e triglicérides. Destes, somente o colesterol HDL é considerado como o “colesterol bom”, e tem a capacidade de remover e transportar as gorduras das artérias. Os demais colesteróis podem acabar sendo acumulados nas paredes das artérias.
De acordo com o cardiologista, o colesterol está ligado a todo o tipo de desfecho cardiovascular. Ele destaca algumas das principais doenças causadas pelo colesterol.
“Nós consideramos insuficiência cardíaca, infarto, AVC, trombose nas pernas, trombose em outros sítios do corpo. Então o problema principal seria se você tem o colesterol LDL muito aumentado, ele vai se depositando nas artérias. Se for nas artérias do coração, mais cedo ou mais tarde vai combinar em um infarto. Se for nas artérias menores do coração, ele vai com o tempo causando uma rigidez nas células do coração que podem levar a insuficiência cardíaca”, explica.
O cardiologista ainda explica que o diagnóstico do grau de risco do colesterol é realizado através de exames laboratoriais. Através dele é possível determinar como vai ser o tratamento.
“A avaliação é muito importante e deve fazer parte da rotina. Uma vez a cada 6 meses ou uma vez por ano. Então, adulto jovem, crianças, podem fazer de forma esporádica também, porque muitas vezes, principalmente aquela criança que está um pouco acima do peso, que tem uma alimentação não muito balanceada no colesterol, que tem uma ingestão de colesterol muito alto também, pode ser necessário fazer os exames, então é importante consultar um médico para avaliar isso”, diz.
O que fazer quando o colesterol está alto?
A nutricionista Dani Borges indica as principais medidas para diminuir o colesterol.
“A gente precisa ter uma alimentação saudável e atividade física, principalmente atividades físicas que estão mais associadas a cardiovascular, que a gente chama caminhadas longas, por exemplo, junto com uma alimentação adequada, são os principais meios de diminuir o LDL no sangue, que é o colesterol ruim”, afirma.
Sobre os alimentos que as pessoas podem consumir para melhorar os níveis de colesterol, Borge destaca a ingestão de alimentos in natura.
“Principalmente evitar alimentos industrializados ricos em gordura, principalmente gordura hidrogenada como por exemplo, biscoitos recheados, alimentos industrializados, comidas prontas, fritura em excesso e até o doce. E investir em uma alimentação mais in Natura, onde a gente tem alimentos integrais como por exemplo, arroz integral, macarrão integral, fibras. Além disso, óleo de peixe, ômega 3 com salmão, como um atum, mas às vezes a suplementação pode ser interessante para a gente baixar os níveis de colesterol ruim e manter os níveis de colesterol bom altos, até porque o nível de colesterol bom dentro do limite esperado, ele também vai ajudar a reduzir o colesterol ruim”, afirma.
Importância do colesterol
A nutricionista ressalta que o colesterol é uma substância gordurosa encontrada naturalmente no próprio corpo – no organismo – e que apesar de ser considerado como vilão, tem papel vital no organismo, sendo responsável pela manutenção e funcionamento das nossas células de maneira correta e de produções hormonais.
“O colesterol é importante para o nosso corpo, o balanço de colesterol é o que deve existir na dieta de qualquer pessoa, tanto da gordura boa – para que a gente consiga reduzir esse nível de colesterol – quanto quando ele está alto. O nosso corpo precisa do colesterol para produzir vários hormônios. A vitamina D, por exemplo, que atua na digestão de gorduras junto com os ácidos biliares, é produzida através de meios de gordura. Então a gente precisa também do colesterol”, diz.
O cardiologista Emival Junior destaca que o colesterol ainda está relacionado tanto na qualidade de vida quanto em diversos outros fatores.
“É muito importante manter o colesterol normal. Tratando os colesterol, você vai tratar o coração, vai tratar o cérebro, vai tratar dessas artérias e vai melhorar a qualidade de vida, o estilo de vida de cada um. Então acho que o mais importante é saber que tem que manter o colesterol normal”, afirma.